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Eduardo Coelho e o Diário de Notícias

Autor(es): Jorge Pedro Sousa
Resumo: Fundado por Eduardo Coelho, o Diário de Notícias, primeiro jornal industrial português, teve a sua gestação nos últimos dias de 1864 (números programa) e viu oficialmente a luz do dia logo no início de 1865. Conforme delineia o fundador no programa estabelecido no primeiro número, tratava-se de um jornal que seguia modelos jornalísticos de sucesso surgidos noutros países, designadamente o modelo do Petit Journal parisiense. A sua bem sucedida aparição representou um duro golpe para o jornalismo elitista e doutrinário que pontificava em Portugal, pelo que o DN foi recebido quer com aplausos, quer com apupos e reservas. Este trabalho, sustentado em pesquisa bibliográfica e hemerográfica, procura reconstruir a história da aparição do Diário de Notícias, ligando-o aos jornais populares que tinham surgido no estrangeiro e que lhe serviram de modelo e evocando, simultaneamente, a figura do seu ideólogo e fundador.

Enciclopédia para formar leitores: A cultura na gênese do Caderno de Sábado do CP

Autor(es): Everton Terres Cardoso e Cida Golin
Resumo: O Caderno de Sábado, suplemento cultural do Correio do Povo, circulou de setembro de 1967 a janeiro de 1981 em Porto Alegre. O presente artigo discute como se configura a noção de cultura na gênese do suplemento (1967-1969), considerando seu caráter enciclopédico e a proposta de formar culturalmente o leitor. A Análise de Conteúdo das 111 primeiras edições possibilitou a observação do ecletismo temático; do equilíbrio entre o universal e local; da alternância entre memória e atualidade; e da participação do Caderno de Sábado na constituição dos campos intelectual, acadêmico e artístico locais. O veículo traduzia duas acepções do termo cultura: o ideal iluminista de formação pelo jornalismo e a noção romântica alemã de elevação do espírito por meio da proximidade com as letras, artes e humanidades.

Érico Veríssimo, permanente jornalista militante

Autor(es): Antonio Carlos Hohlfeldt e Aline Strelow (co-autora)
Resumo: As relações entre a literatura e o jornalismo são antiqüíssimas e constituem casos clássicos como o do escritor sul-rio-grandense Erico Veríssimo que, tendo estreado literariamente em 1932, com o livro de contos Fantoches, viria a ser eleito presidente da então novel Associação Riograndense de Imprensa (ARI), em 1935.

Jornalismo e Ciências Humanas e Sociais: Que interação?

Autor(es): Antonio Carlos Hohlfeldt
Resumo: Se a diferença principal entre as Ciências Naturais e as Ciências Humanas é que as últimas se voltam para o próprio pensar enquanto objeto de conhecimento, a principal diferença entre as Ciências Sociais e as Ciências Humanas é que as primeiras buscam estabelecer constâncias em relação a comportamentos e práticas sociais, dentre as quais se insere o Jornalismo. O ser humano é um ser eminentemente comunicacional, porque social. Todas as suas relações se estabelecem através da comunicação: nas sociedades industrializadas, são os mídias que garantem tais processos comunicacionais, destacando-se dentre eles o Jornalismo. Uma reflexão sobre o Jornalismo, assim, no que toca à aproximação com aquelas Ciências, deve levar em conta, de um lado, a Ética e, de outro, a democracia.

Métodos de pesquisa em jornalismo

Autor(es): Antonio Carlos Hohlfeldt e Aline Strelow (co-autora)
Resumo: Em sentido lato, pode-se considerar que o primeiro documento de caráter jornalístico, produzido em terras brasileiras, foi o relato de Pero Vaz e Caminha ao rei Dom Manuel, a respeito da descoberta de Pedro Álvares Cabral. Em sentido estrito, o jornalismo, segundo aquele conceito referido por José Marques de Melo, enquanto atividade de comunicação coletiva ou, ainda, qualquer atividade humana da qual resulte a transmissão de uma noticia ou informação de atualidade, surgiria apenas após a chegada do rei Dom João VI ao Brasil, com a criação de um arremedo de jornal, a Gazeta do Rio de Janeiro, dirigido por Frei Tibúrcio José da Rocha, a partir de 10 de setembro de 1808.

O precoce jornalista Julio de Castilhos

Autor(es): Antonio Carlos Hohlfeldt e Fábio Rausch (co-autor)
Resumo: Precocemente, aos 17 anos de idade, Julio Prates de Castilhos entrou na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1877, de onde regressaria aos 21 anos, já formado. Aos 19 anos, participa da criação de um primeiro jornal acadêmico para a difusão dos ideais republicanos, sob o título de A evolução, onde escreve seus primeiros artigos. Esse jornal foi criado por três sul-rio-grandenses que lá estavam então estudando: além de Júlio de Castilhos, participam do mesmo Assis Brasil e Joaquim Pereira da Costa.

Paulicéia Literária: páginas e suplementos literários em jornais paulistanos (1920-1964)

Autor(es): Mônica Rodrigues Nunes e Sandra Reimão
Resumo: Este trabalho tem por objeto central páginas e suplementos literários. Trata-se de uma pesquisa que buscou localizar, identificar e caracterizar páginas e suplementos literários, inseridos em nove jornais paulistanos de grande circulação e prestígio, entre 1920 e 1964. Por meio de uma abordagem qualitativa, percebemos que os espaços para as artes e espetáculos, nos jornais analisados, se davam de diversas maneiras, e não apenas em páginas e suplementos literários, como a publicação de seções diárias de artes e espetáculos, cadernos de cultura, páginas “sem títulos”, rodapés de crítica literária, romances-folhetins, entre outros. E com objetivo de entender como páginas e suplementos literários atuavam, enquanto divulgadores do mercado editorial, analisamos a seção “Resenha Bibliográfica” do jornal O Estado de S. Paulo.

Percurso e percalços de Afrâncio Coutinho na crítica literária brasileira

Autor(es): Marcelo José da Silva
Resumo: Nos anos 40 do século XX Afrânio Coutinho surge no cenário nacional como aquele que promove a passagem da crítica literária impressionista para uma crítica baseada em critérios estéticos. O crítico e professor contribuiu ainda para a criação da figura do crítico universitário, oriundo do meio acadêmico. Como resultado de seu trabalho vem a lume A literatura no Brasil (1955-1959) onde o crítico, com a colaboração de outros especialistas, inova pelo abandono da periodização histórica. Sobre o percurso traçado e as pedras no meio do caminho é que nos debruçamos.